quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Aos poucos a gente vai mudando o foco e o lugar nem te acrescenta mais, você começa a precisar de outros lugares, e de outras pessoas, e de bebidas mais fortes. Nem pensa, vai indo junto com as coisas." Caio F.




sábado, 13 de novembro de 2010

"Tua carta me fez muito bem. E muito mal. Compreendo tudo que você diz. São coisas que me digo, também. Mas há uma diferença entre você saber intelectualmente da inutilidade das procuras, da insaciabilidade - vixe, que palavra! - do corpo e conseguir passar isso para o seu comportamento - tornar ato o que é pensamento abstrato. Os caminhos são individuais/intransferíveis".




(Caio F.)

Só para ter um pouco de saudade de alguém, eu inventei que te amei loucamente por aquele breve tempo em que estivemos juntos. A verdade, porém, é que você foi tão azeda e tão infeliz, que só com muita força de vontade eu posso fingir que um dia te amei.

sábado, 18 de setembro de 2010


"Num deserto de almas também desertas, uma alma reconhece de imediato a outra"


(Caio F.)

- Você pensa em mim?

- Sempre! Ainda mais quando não quero pensar.

- Você tenta não pensar em mim?

- O tempo todo!

- Então...

- Isso mesmo, Sofia.

sábado, 4 de setembro de 2010


"Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Uma solidão de artista e um ar sensato de cientista… tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna. "



(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010


" E escreva. Se você soubesse como me faz bem receber uma carta sua, como me anima. Eu estava precisando tanto que você me ajudasse no meu trabalho (...)Escreva, Lucio, é muito bom. Aqui estou esperando com muita saudade mesmo."
(Clarice Lispector)

domingo, 29 de agosto de 2010


Charlotte: I`m stuck. Does it get easier?
Bob: No. Yes. It gets easier.
Charlotte: Oh yeah? Look at you.
Bob: Thanks. The more you know who you are, and what you want, the less you let things upset you.
Charlotte:
Yeah. I just don't know what I'm supposed to be, you know. I tried being a writer, but I hate what I write. I tried taking pictures, but they were so mediocre. You know, every girl goes through a photography phase. You know, horses... taking dumb pictures of your feet.
Bob: You'll figure that out. I'm not worried about you. Keep writing.
Charlotte: But I'm so mean.
Bob: Mean's okay.
(Lost in Translation)

_ Eu fui. Eu achei que talvez você fosse louca. Mas você era interessante.

_ Eu gostaria que você tivesse ficado.

_ Eu gostaria de ter ficado também. Agora… eu gostaria de ter ficado. Eu gostaria de ter feito muitas coisas. Eu gostaria de… eu gostaria de ter ficado. Gostaria.

_ Eu desci e você tinha ido. Por quê?

_ Não sei. Senti-me um menino apavorado era mais forte que eu…

_ Estava com medo?

_ Estava… pensei que soubesse que eu era assim. Corri de volta pra fogueira, tentando superar minha humilhação, eu acho…

_ Foi alguma coisa que eu disse?

_ Foi. Você disse “então vá” com tanto desdém, sabe?

_ Me desculpe.

_ Tudo bem.

_ E se você ficasse desta vez?

_ Eu saí pela porta. Não sobrou nenhuma lembrança…

_ Volte e faça uma despedida ao menos. Vamos fingir que tivemos uma…


Rachel: Agora, isso está no passado.
Ross: Hum hum
Rachel: Mas é difícil, sabe?
Ross: Eu sei.
Rachel: Quando duas pessoas têm uma ligação, sabe, é... parece que ... desperdício.
Ross: Odeio desperdício.
Rachel: Ross?
Ross: Sim?
Rachel: Só para você saber, com a gente, não existe nunca mais.

sábado, 28 de agosto de 2010


Disse que era difícil me encarar nos olhos porque a mentira(que quase me mataria de dor) era tão grande que seria facilmente desmascarada, olhando, então, para todos os lados, menos para mim, disse não me amar e além disso, acrescentou, duramente, que eu a entristecia.

Tudo isso, só porque não suportava o medo de ser abandonada, era covarde, mas eu também sou; o ruim mesmo era acreditar que ela não me amava.

Eu fui embora, aos trancos, mais fui. Não chorei, mas sangrei, não gritei, mas sufoquei, não esperneei, mas deitei e inerte permaneci até que, com a certeza de que não se quer mais sofrer, decidi guardar o presente que fiz para ela no fundo da gaveta do esquecimento de onde as coisas não saem mais, nunca mais.

Entre os dias 23 de setembro e 7 de outubro o Rio de Janeiro terá sua décima segunda edição do Festival do Rio!


Ansiosa!


Have fun!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010


"Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout accélère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,
Quand tout explose,
Quand la vie s'exhibe,
C'est une transe exquise

Y'en a que ça excède, d'autres que ça vexe,
Y'en a qui exigent que je revienne dans l'axe,
Y'en a qui s'exclament que c'est un complexe,
Y'en a qui s'excitent avec tous ces "X" dans le texte"

"- Esta é uma história de garoto encontra garota.
- Mas você precisa saber desde o início que esta não é uma história de amor. É uma história de garoto encontra garota.
- O garoto, Tom Hansen de Margate, New Jersey, cresceu acreditando que nunca seria verdadeiramente feliz até o dia em que encontrasse a mulher da sua vida. Essa crença surgiu a partir de uma exposição, quando ainda era muito jovem, à triste música pop britânica e uma leitura completamente mal feita do filme The Graduate. A garota, Summer Finn de Shinnecock, Michigan, não compartilhava dessa crença. A partir da desintegração do casamento de seus pais, ela passou a amar apenas duas coisas. A primeira era seu longo cabelo escuro. O segundo era quão facilmente ela podia cortá-lo sem sentir absolutamente nada. Tom se encontra com Summer no dia 8 de janeiro. Ele sabe quase imediatamente que ela é a pessoa por quem ele vinha procurando. Esta é uma história de garoto encontra garota, mas você precisa saber desde o início que não é uma história de amor.”

domingo, 22 de agosto de 2010



"(...) Quando pensava em parar, o telefone tocou. Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo, tanto tempo que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, uma voz quente repetiu que sentia uma saudade enorme, uma falta insuportável, e que queria voltar, pediu, para irmos às ilhas gregas como tínhamos combinado aquela noite. Se podia voltar, insistiu, para sermos felizes juntos. Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim, e aquela voz repetiu e repetia que me queria desta vez ainda mais, de um jeito melhor e para sempre agora".

("Quando setembro vier" - do livro Pequenas Epifanias, Caio F., p. 38)

sábado, 21 de agosto de 2010


Caminhamos até o pico. A cachoeira com a maior queda que eu já vi. Não que eu tenha visto muitas. Pegou minha mão e apertou. Me olhou nos olhos e disse:

- Vamos pular? Juntas?

Respirei fundo e concordei.

Ela ainda acrescentou:

- Dizem que a sensação é maravilhosa; única! O frio na barriga, a excitação, a alegria...

Sorri.

Contamos juntas até três.

Pulei.

Ela ficou.

Caí na água e senti como se tivesse caído no concreto. Doeu.

Nadei até a margem e lá esperei; com frio.

Por fim, entendi que ela não ia pular atrás de mim, que nunca esteve realmente disposta a me acompanhar. Acho que só queria ver até onde eu iria por ela.

terça-feira, 17 de agosto de 2010


" - Posso sentar ao seu lado?
- Só se sua companhia me confortar e for doce e sutil, mas com a intensidade que torna as coisas eternas.
- Posso te abraçar?
- Só se for tão apertado que me falte o ar; e que esse abraço me proteja de todo mal.
- Posso te beijar?
- Só se for um beijo de entrega e que não exista no mundo um beijo como o nosso.
- Posso ficar?
- Depois de tudo isso. Só se for para sempre."

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


"Gostaria de te desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente. Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes. E que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade."


(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 15 de agosto de 2010


"- Querida preciso dizer uma coisa! - respirou fundo

- Pode ser depois que eu fizer a mamadeira do João?

- Preferia que fosse agora. - engoliu em seco

- Não me diga que foi demitido! -arregalou os olhos e levou a mão à boca.

- Não, não é nada disso!

- Então qual o motivo do desespero?

- Podemos sentar?

- Sente você amor, enquanto você fala, eu preparo a mamadeira.

Sentou-se, respirou fundo mais uma vez, sussurou alguma coisa como se estivesse rezando e, enfim, falou:

- Estava traindo você.- fez uma pausa, esperando por uma mamadeira cheia de leite quente voando em sua direção. Não aconteceu.Depois continiuou - Mas não estou mais, foi um erro. Me perdoe. Por favor!

Ela virou-se para ele e disse sorrindo:

- Mas você não vai me deixar, vai?

- Claro que não!

- Então que bom que você não foi demitido querido!- voltou a fazer a mamadeira."

sábado, 14 de agosto de 2010


Levantei da cama como quem lembrou da chaleira de leite no fogão, peguei minha mochila enquanto ela me observava com dificuldade de entender como alguém podia ser tão impulsiva como eu. Saí do quarto, ela no meu encalço. Paramos diante da porta; coloquei a mão na chave e ela disse baixinho - "Você vai mesmo embora? Não quero ficar sem você!" Lembrei da cena final de "E o vento levou" quando Rhett(Clark Gable) desiste de ser humilhado por Scarlett(Vivien Leigh):
"- Querida você é tão infantil. Acha que dizer que lamenta conserta tudo? Tome o meu lenço. Nunca, em nenhuma crise, vi você ter um lenço.
- Rhett, aonde você vai? Por favor, me leve com você!
- Não, cansei de tudo isso.
- Rhett, se você for, para onde eu irei? O que farei?
- Francamente, minha querida, eu não dou a mínima."
Eu a encarei nos olhos e disse pausadamente como se estivesse saboreando cada palavra; apenas a última frase de Rhett, sua fisionomia mudou da tristeza para o desespero em questão de segundos, desespero este que lhe arrancou todas as palavras da boca e a deixou imobilizada enquanto eu abria a porta e partia sem olhar para trás. Foi então que descobri que ser má, às vezes, também era bom.

terça-feira, 10 de agosto de 2010


"Eles tiveram mais dias de guerra do que de paz naquela semana; ainda assim, saíram para jantar. Sentado diante dela, esticou as mãos que carregavam um presente e disse - "Parabéns, você me desgasta!"- Queria dizer - "Parabéns, eu te amo!" - Ela, sorrindo, pegou o presente (seu esmalte fresco brilhava) e disse -"Obrigada!"- Ele não ficou sem jeito e nem temeu um escândalo, ela já não o ouvia há muito tempo."

segunda-feira, 9 de agosto de 2010


" Society man! Society! Cause you know what I don`t understand? I don`t understand why people, why every fucking person is so bad to each other, so fucking often! IT DOESN`T MAKE SENSE TO ME!" (into the wild)

domingo, 8 de agosto de 2010


"E ela me disse, com um certo rancor, com uma pontinha de vontade de me ferir por todos os sentimentos ruins que eram criação de sua própria mente e eu a obrigava a encarar - "Você gosta da melancolia." e eu pensei - "deve ser por isso que eu gosto tanto de você". Não sei explicar essa minha fascinação por ela. Ao mesmo tempo que era forte e sempre me agredia silenciosamente, ela me pedia proteção com aqueles olhinhos brilhantes que eu estou sempre citando quando falo dela. Não sei se o brilho era pela intensidade de vida que existia dentro dela ou se eram lágrimas por toda a tristeza que alimentou nos últimos anos. E foi difícil me afastar e conter meus impulsos(milhares em todas os níveis de intensidade possíveis) de entrar em contato com ela quando nos separamos. Deve ser apenas por causa do meu amor pela melancolia."

(trecho do romance que estou escrevendo!)